Grupo de Teatro

 O BEM AMADO
 
SINOPSE
       Odorico Paraguaçu, prefeito de Sucupira, lugarejo do interior baiano, protótipo interiorano,com vocação para a verborragia e demagogo por natureza, espelho do homem público de província latino-americano, tem por ideal mórbido e fixo dar à pacata e sonolenta comunidade, onde há muito ninguém morre ou algum crime é cometido, um cemitério. Para isso, no entanto, e assim satisfazer seus sonhos de grandeza, é forçoso "encontrar " um morto. E em política, declara Ordorico, "os finalmentes justificam os não obstantes".
       Assim, um cangaceiro famoso ascende ao posto de delegado, um orgão de imprensa é invadido, a honra de uma esposa é maculada e ala se torna a pivô e alvo de sangrento atentado, a mentira e a calúnia grassam, tudo isso acobertado pela malícia e o cinismo do experiente politiqueiro.
       A linha que cose todo o entrecho é inegavelmente e fala arrevesada e pretensiosa da figura do prefeito, que, com sua lábia, eivada de saborosos neologismos, leva no bico a tudo e a todos. Alguns exemplos de seu pitoresco e, porque não, brasileiríssimo linguajar: "esses ateístas despenitentes", "namorismo", "jenipapista",  "botar de lado os entretantos e partir para os finalmentes ", "caluniamento", "prafrentemente ", "mau-caratista", "demagogista", "deverasmente", "bardenistas" expressões estas que, com o impressionante êxito de O bem - amado ficaram na boca do povo. Odorico é a encarnação mesma do Brasil doutor , do deputado baiano, da cartola na Senegâmbia e o falar difícil, da promessas verbalizadas e nunca cumpridas, daquilo, enfim, que historicamente ele seguiu, em jargão modernista à "fatalidade do primeiro branco aportado e dominado politicamente as selvas selvagens" e redundou numa realidade social com suas instituições em  transe, imersas no caos, a pedir sepultura, às vésperas da débâcle final. 
       Naturalmente, Odorico é também um ser humano em crise. O vácuo entre suas pretensões de grandeza, que comicamente se revelam na empolada linguagem, e a triste realidade de uma região, para ele frustrantemente subdesenvolvida ( outrora a cidade tivera de uma só vez seis... cadáveres e a possibilidade de seis enterros: "Tempo de fartura!"........), acentua as contradições de sua existência e da propria política que ele representa e ladinamente personifica.
       Odorico, o político, o doutor o tribuno, Odorico o grande pacificador, é, em escala provinciana, a engraçada e irônica versão de personagens bem mais sinistros da realidade política nossa e latino-americana como nos tempos de Somoza, Pinochet, Batista, Videla e outros melhor conhecidos do público brasileiro, uns mais, outros menos "simpáticos", mas todos com o mesmo objetivo : inflar o próprio ego à custa do povo.
 
 
ELENCO
 
 
ATORES PERSONAGENS
Alessandro Nicolaev Demerval
Alexandre Lipski Gonçalves Hilário Cajazeira
Alexandre Politi Braha Chico Moleza
Andrews Blinke Kavaliauskas Ernesto
Ariane Frenda Dorotéa Cajazeira
Danilo Madjarof Sertório  Dirceu Borboleta
Denis Martinelli Odorico Paraguaçu
Juliana Cirilo Dulcinéa Cajazeira
Leandro Antonio de Oliveira Zelão
Leonardo Rea Lé Neco Pedreira
Merks A. Germano ( PIMPA) Mestre Ambrósio
Perla Frenda Velha Beata
Roberta Elise Silva  Judicéa Cajazeira
Tiago Ribeiro da Silva Vigário
Vinícius Mantovanelli Seraco  Zeca Diabo
FICHA TÉCNICA
Cenografia  Eduardo Hajjar
Cenotécnico Edgar de Abreu
Figurino Eduardo Hajjar
Fotos Eduardo Hajjar
Iluminação Eduardo Hajjar
Maquiagem Perla Frenda
Sonoplastia Carlos Eduardo Martins
Equipe Técnica Flávio C. Martins
Equipe de Apoio Daniel Pizzo e Douglas Pupin 
Direção Eduardo Hajjar
 
Foto do Elenco representando 
 
 

 

 Volta para a página principal