O SOM INSTRUMENTAL DE GUILHERME ARANTES
1- O
Barco Livre
Composição solta e fluida, com influências de Debussy
e do Jazz contemporâneo.
É o tema do fogo, sereno e constante.
2- Irish Coffee
Com
forte influência de música irlandesa (daí o título), é um tema característico
dos compassos ternários de Guilherme.
3- Xiva
Nataraja
-
Uma ode ao Deus
hindú da dança universal, inclui elementos orientais na trama rítmica.
É o tema do lago, do mar sereno.
4- Paola
Homenagem pungente
à filhinha caçula, é uma canção delicada,
que usa as regiões altas do teclado do piano para tecer uma harmonia inocente,
injetando elementos da Renascença e do Barroco combinados com texturas contemporâneas.
5- O
Olhar Profundo
Talvez a mais Bachiana
e "camerística" de todas as composições do álbum,
tem um contraponto denso, enquanto o compasso latino
evoca as sarabandas e gigas do Barroco
(Scarlati, Rameau, Couperin, Haendel, e especialmente J.S.Bach).
É o tema do vento e de seus mistérios.
6- Magnos
Em
tom minimalista moderno, com efeitos cumulativos e obsessivos segue
em longuíssimo crescendo até o clímax final,
quando alcança a resolução harmônica. É o tema da tempestade.
7-Pra
Começar o Dia
Ode matinal à paz
do campo. É o tema da montanha das abelhas, dos pássaros.
8- Pérolas
de Neon
A composição mais
urbana do CD, num conceito eletrônico-acústico.
Trata-se da gravação definitiva de um tema que Guilherme
já havia gravado no CD "Despertar", de 85.
Desta vez o músico leva ao limite as possibilidades da música em timbres e texturas.
Cita de maneira inventiva o Rock Progressivo dos anos 70.
9- Marietta
-
Tema com forte referência
latina, com uma alternância de compassos de 5 e de 7 tempos.
Possui um arranjo bem brasileiro, utilizando zabumba, triângulo e tamborim,
montando um desenho bastante complexo.
É a faixa mais jazzístiva e "fusion", devido à sua trama rítmica.
Grande ingluência de Chick Corea, um de seus maiores ídolos.
10- Purus
Paralelo 7
Uma das primeiras
composições de Guilherme,
escrita ainda nos tempos da Faculdade de Arquitetura.
Um complexo arpejado de piano, procura traduzir em música uma Amazônia futurista.
Sobretons de Rock Progressivo e influência da banda Pink Floyd
dos anos 60 costuram este tema.
11- Poslúdio
Uma
meditação diurna, com seus tons inteiros e prolongados.
12- Entardecer
Uma meditação de
meios-tons, propondo um contraponto ao ruidoso trânsito
das grandes cidades ao cair da noite, abrindo a mente para o sonho que se antecipa.
13- A
1ª Voz Desperta
Uma "Valsa Brasileira"
na acepção completa da palavra.
Harmonia densa e melodia intrincada, com influências Jobinianas e Gismontianas.
14- A
Coisa Mais Linda que Existe
Em seu piano puro
e solitário, é a peça mais sofisticada do disco.
Uma música de amor para os momentos mais íntimas.
15- Pout
Pourri da Sala do Papai
Reúne as canções
"A Saudade Mata a Gente", "Caco Velho",
"Águas de Março","Carinhoso" e "No Rancho Fundo", apresentando
um pequeno painel das influências fundamentais brasileiras na formação do pianista.
Uma homenagem ao pai, o principal incentivador de sua musicalidade.